A organização da Sociedade civil como agente ativo do desenvolvimento agrícola.

O processo resultante da Revolução industrial, ocorrida na Europa no século XIX, só veio ocorrer no Brasil no século XX, em torno da década de 30. Entre 1960 e 1970 ocorre a chamada Revolução Verde, importando um modelo agrícola aparentemente bem sucedido no mundo desenvolvido, associando mecanização, utilização de insumos químicos e extensão rural, aumentando a produtividade e a promessa de solução dos problemas da fome no mundo.

No entanto, para a grande maioria dos agricultores, o pacote tecnológico da Revolução Verde foi bastante prejudicial, por ser caro e não permitir autonomia causar dependência das indústrias principalmente produtora de insumos, o produtor sem poder arcar por com os altos custos, acaba abandonando o campo e migrando para os grandes centros urbanos. Os que ficam tornam-se dependentes da ação do Estado, para desenvolver suas atividades e já desde aquela época o Estado sem poder resolver os problemas em sua totalidade, desenvolve ações pontuais, que são importantes no momento em que são implantadas, mas insuficientes para garantir a sustentabilidade do processo produtivo.

Atualmente percebemos a agricultura familiar fortalecida e mais organizada, respondendo por grande percentual do PIB, dos empregos e da produção de alimentos, isso devido à produção sustentável (reduzindo a dependência do uso de agrotóxicos), a atuação de diversos atores de desenvolvimento, ao fomento à pesquisa, produção e comercialização agropecuária e a co-participação dos agricultores(as) com uma atitude mais profissional na condução do negócio agropecuário. Apesar dos números é preciso cada vez mais ser incentivada, com o produtor rural fazendo a sua parte como agente do processo e não apenas como observador. É preciso que haja uma organização da sociedade civil, para representar de forma legítima, consciente e atuante, participando efetivamente desse dinamismo.

A Mandacaru vem nesse contexto, contribuindo e apoiando o desenvolvimento econômico, social e ambiental das comunidades rurais, para aqueles que atuam com atividades agropecuárias (em qualquer segmento do setor produtivo) ou para aqueles(as) com potencial para inserção na agropecuária, mas, que por algum motivo não estão desenvolvendo atividades no setor.